sexta-feira, 1 de setembro de 2017

A VIDA É SEMPRE UMA APOSTA

Apostar é um risco, uma ideia que percorre o corpo e que escorre pelos dedos das mãos sem sequer dar tempo de preencher a falta que deixa em nosso corpo. Por não existir garantias, o sujeito fica a benefício da esperança [do verbo esperançar], que significa sustentar o desejo produzindo o movimento de si mesmo para tornar o desejo possível de realização. 
Mas para ganhar é preciso que o sujeito seja [ousado e valente], ousado para continuar a desejar e valente para aprender a perder e ser o mínimo possível criativo em presença do vazio que o sentimento de perda promove. Aprender a perder só pode ser possível pelo viés da experiência, que quando nos atravessa faz tornar possível compreender e significar o que representa esse percurso a nós sujeitos do inconsciente.
Infelizmente [ou de maneira feliz], o sujeito tem de haver com o que lhe causa: mesmo que “escolha” viver pela ilusão. O método que os livros de “autoajuda” se propõem, só pode ajudar o próprio escritor que oferece o método, que traz o ganho das cifras em sua conta bancária. Há teóricos que “ensinam” o [treinamento da mente] para condicionar o sujeito, de maneira alienada [politicamente correta], a se encaixar numa sociedade que está doente dos nervos. 
O sujeito insiste em querer criar um método que possa domar a mente, que é uma tarefa que beira o abismo de tão impossível, entre mente e corpo existe o inconsciente que conduz de maneira selvagem o sujeito e que jamais pode ser domado. Podemos aprender a sermos gentis e amáveis para fazer as pazes com ele e assim viver o mais próximo do que “chamamos” de harmonia.  
Métodos de treinamento e condicionamento da mente pode até perdurar por algum período, mas devo alertar que o sujeito sedento por ser desejado é incapaz de sustenta o desejo do outro por muito tempo. O inconsciente é indomável e cobra um alto preço aquém o desafia. 
Sustentar o desejo de transformação [independente de sua causa] deve surgir do próprio sujeito do inconsciente. Por isso é pontual a importância de sustentar vínculos que sejam saudáveis ao aparelho psíquico, uma vez que, basta à existência do inconsciente do sujeito que se defende do seu desejo, gerando um movimento que vai sempre contra e não a favor da realização deste desejo.
Se conselho fosse bom, vendia-se. Por assim dizer, faço sugestivo que corra o risco, aposte em sua análise pessoal. Aposte na sua vida, o preço mais alto a ser pago é aprender a perder, se responsabilizar-se por seu percurso. Um grande e duro osso a se roer.
Se desejar fazer terapia, faça um contato telefônico.
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Maicon Vijarva I Psicoterapeuta de Orientação Psicanalítica.
📞 (17) 98151-6943
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quinta-feira, 4 de maio de 2017

Convite para o lançamento do livro PSICANÁLISE DO ACOLHIMENTO vol. 1

O GEPA - Grupo de Estudo Psicanálise do Acolhimento faz um 
convite para o lançamento do livro PSICANÁLISE DO ACOLHIMENTO vol. 1
Apresentando 14 autores com importantes temas da psicanálise.
Local: OBA - Obra Assistencial da Basilica - 
R. Floriano Peixoto, 1200 - Boa Vista, São José do Rio Preto, SP
Informações pelo fone 17 30113866
Dia 20 de maio de 2017 às 16:00 hs.
Venha prestigiar e traga um litro de leite para obra de caridade!

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Sobre o Vencer e o Medo

Ensinam desde cedo que é preciso vencer na vida, que não se deve ter medo do caminho a seguir. Mas torna-se árdua essa tarefa, quando não se nasce num berço suficientemente bom, com as condições necessárias para correr riscos sem medo de voltar para o porto seguro.
Para que se possa vencer adequadamente, sem muita dificuldade, é preciso sim que o sujeito tenha o mínimo de ambiente suficientemente bom – para que seja possível sustentar a descoberta de si mesmo enquanto evoluí fisicamente e psiquicamente.
Modelos de superação, só servem para saber o quanto um ser humano pode chegar. Não que tais modelos devam ser seguidos. Na travessia de um lado ao outro da ponte, o que importa não é chegar ao objetivo, mas o gozo que se sente em ser enquanto atravessa a passagem até a chegada do que se almeja.
A cobrança do ambiente familiar, manipulado pela sociedade, destrói a habilidade da criança que está se desenvolvendo e nutre apenas o desespero por ser aceita por aquilo que não é e ofusca e reprime o potencial que existe em cada sujeito.
A criança que está em desenvolvimento por querer ser amada fica ainda mais vulnerável, acaba por se transformar no que os pais desejam, tornando-se adultos frágeis e melancólicos, sem prazer em sua existência.
Vencer e o medo sempre caminharam juntos, o medo é medidor para o sujeito em suas escolhas. Sentir medo é normal, sendo esse sentimento colaborador para o desenvolvimento do ser do indivíduo. Quando o sujeito é impedido de sentir medo, a capacidade de questionamento é deixada de lado, sendo levado pela vida a caminhos que não faz sentido a sua existência, impedindo o desenvolvimento do ser e suas ramificações.
Ser forte e vencedor, não significa que se é bem sucedido. O sujeito bem sucedido é aquele que pode sentir e a partir do seu sentir, pode pensar e questionar se o caminho de suas experiências que está seguindo é enriquecedor a sua vida.
Portanto, o ambiente familiar necessita ser suficientemente bom, para que a criança possa experimentar, testar e escolher o que fazer com o que surgem em seu dia a dia. A criança não deve ser forçada a fazer algo que não quer. O máximo que a figura familiar pode fazer é expor ideias, provocações filosóficas com o brincar da criança, estimular a partir do mundo dela – criança.
Wilfred R.Bion (1897 - 1979)

Wilfred R.Bion (1979) faz a reflexão de que o analista precisa ser em analise sem desejo e sem memória com o seu analisando. Faço aqui, a releitura e penso que os pais precisam ser com as crianças sem desejo e sem memória, para que as crianças possam ser por elas mesmas, descobrindo a partir dos modelos dos pais.
São os modelos dos pais, que serão alicerce para que o sujeito possa lidar com suas frustrações, medos e conquistas, e então ir se tornando um vencedor.

Bion. W. 1858/1979 COGITAÇÕEs. Ed. Imago. RJ, 2000. 1979 
________UMA MEMÓRIA DO FUTURO III. A aurora do esquecimento. Imago, RJ, 1996.







Maicon José de Jesus Vijarva
Escritor e Psicoterapeuta
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segunda-feira, 9 de janeiro de 2017