Quando nos referimos à
dupla dentro de uma analise (analisando e analista) nem sempre ela vai elucidar
uma mudança catastrófica, em que Wilfred Ruprecht Bion (1897 — 1979) nos
orienta ser o essencial dentro de uma analise.
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Wilfred Ruprecht Bion (1897 — 1979) |
A mudança catastrófica é uma transição de
K (conhecimento) para Ó (realidade ultima), ou seja, é uma abertura ao um novo
universo que por outrora gera medo e desconforto, onde a resistência aparece
como meio de evitar a frustração que é gerada nessa transição de expansão do
pensamento.
“Diz Bion que a
resistência a esse tipo de mudança é um sinal não só da existência da mente, da
existência da realidade ultima, mas do medo que as pessoas têm de crescer e de
passar de K para Ó.” (REZENDE, 1994, pg. 190)
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Galileu Galilei (1564 — 1642) |
Podemos assim exemplificar a história de
Galileu Galilei (1564 — 1642), físico, matemático, astrônomo e filósofo
italiano, com os cientistas, onde quando pede a eles que observem que os astros
se movem os mesmos recusam-se a olhar, pois querem se manter na teoria de
Aristóteles que afirma que os astros não se movem. Se os cientistas aceitassem
olhar, o universo mental deles viria a baixo e eles seriam obrigados a crescer.
“A interpretação que faz
crescer é um ato de conhecimento, e a resistência ao crescimento pode muito bem
começar como um ataque a K. Atacando K, ataca também os efeitos emocionais, por
exemplo, a capacidade criativa desse mesmo par.” (REZENDE, 1994, pg.192)
A teoria bioniana sobre a interpretação
que gera o crescimento nos refere que a resistência como forma de ataque ao
vinculo K, acontece com a dupla frustrada em relação com os quatros critérios
para uma boa interpretação, aquela que faz crescer, ou seja, critérios da
verdade, da vida, da expansão e da negatividade. Quando o vinculo é atacado
podemos dizer que o ataque é a um desses critérios.
Bion discorre que a catástrofe pode
atingir a curiosidade como desejo de aprender e se expandir quando a mesma não
é estática, mas ativa. Tendo relação com K mais principalmente com a evolução
de K para Ó, ou seja, a catástrofe compromete a evolução do aprendizado ao
crescimento psíquico, quando isso ocorre não há possibilidade de passar de K
para Ó.
Para restabelecer o vinculo o analista
precisa saber reconhecer e lidar com o seu lado psicótico da mente para assim
saber lidar com o ataque psicótico do paciente ao vinculo tornando se capaz de
ser continente para o excesso de identificação projetiva, pois este paciente
esta usando mecanismos psicóticos para se comunicar com o analista e se o mesmo
não souber decifrar esse mecanismo é como se o próprio analista estivesse
atacando o vinculo.
REZENDE,Antonio Muniz, A metapsicanálise de Bion, além dos modelos. Ed.Papirus, 1994
Ψ Psicoterapeuta/Psicanálise
Contato: (17) 3249-4781/ 99154-5310
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